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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

AO TEMPO O TEMPO


Ao Tempo o Tempo 


Silvia Schmidt 


 Se o teu lugar agora te parece frio e sem atrativos, 
se não há ninguém agora que te inspire a falar ou a ouvir, 
se o vento lá fora parece não soprar a teu favor, 
se nenhuma palavra consegue agora tocar o teu coração, 
se não sentes vontade de nada, 
se queres simplesmente fazer nada, 
se as coisas da Terra te parecem opacas e sem graça, 
se as coisas do Céu agora te parecem mentiras, histórias inventadas, 
se teu corpo não quer exercícios, não quer esforços, só quer espreguiçar-se, 
se agora nada desperta a tua vontade de crescer, de ir adiante, de abraçar aventuras, desafios, novas metas, sonhos ... 
se para tuas perguntas não chegam respostas, 
se olhas o relógio como a um inimigo cobrador,

 DÁ UM TEMPO ...


 O mar não espera pelo rio, no entanto o rio chega. 
As árvores não anseiam por novas folhas, no entanto elas brotam. As flores não imploram por chuvas, mas as chuvas - cedo ou tarde - caem. 
Os pássaros não se preocupam com o céu, entretanto o céu lá está. 
O dia não guarda ansiedade pelo descanso da noite e ainda assim ela chega. 
A noite não se abala com a própria escuridão, repousando na certeza de que o dia virá. A semente precisa do escuro da terra para abrir-se à luz na hora mais acertada. 
Deus não apressa as sementes: Ele as conhece e respeita-lhes o tempo. 
Se neste momento és semente, sossega, respeita-te ... e dá um tempo.

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