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terça-feira, 28 de junho de 2011

Penoh Viotti (Alcunha)

SEREIA DE MEUS AMORES




Meu amor, minha cadência e impulsão,

dizer que te amo é pouco ante o que eu sinto,

e bate estritamente por ti, meu coração,

cálice de cristal, de verde absinto.



Teus olhos me fascinam como a mais ninguém,

da cor do mel eles são, magnificentes,

e eu que me encontro, pela lonjura, além,

poder sonhá-los, não os torna diferentes.



De mãos suaves, em tons morenos,

acaricias meu rosto um tanto ou quanto desmaiado,

e neste mundo, em que somos todos somenos,

tu és a hierática senhora, que me faz elevado.



Teus cabelos peculiares, esvoaçam ao vento,

caídos sobre os meus ombros, a cabeça deitada;

andorinhas que no céu vão, a barlavento,

levando a tua graça, onde a nuvem é esbranquiçada.



Pés descalços, por sobre a areia da praia mar,

danças qual bailarina, por todos aclamada,

e eu vendo-te tal criança, nos cristais a brilhar,

sorrio-te, como uma pessoa qualquer, apaixonada.



Convidas-me a entrar na água, que está amena,

com suas ondas cavalo e galgos de espuma,

o mar sempre foi a tua paixão, desde pequena,

parece que ainda navegas, na pequena escuna.



Resolvo-me a entrar, mas a água está fria,

no entanto vou ter contigo, num longo abraço,

e teu corpo esquenta-me e tudo desafia,

e eu ainda tremendo enfrento o embaraço.



Tu sorris para mim, como para me animar,

e nadas a meu lado, qual formoso golfinho,

e eu cheio de vontade e esperança de te beijar,

sinto-me diante de ti, tão pequenino.



Sereia de meus encantos tão esplendorosa,

quem te fez assim, numa completa alucinação,

sabia bem o quanto tu és maravilhosa,

enchendo-me de orgulho e plena emoção.

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