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terça-feira, 8 de maio de 2018

Medo de quê?

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Eu não sou medrosa, eu acho. Me perguntaram do que eu tinha medo, sempre me perguntam isso. Minha resposta sempre foi a mesma: tenho medo de perder minha mãe, meus familiares, pessoas que eu amo. Porque, essa é toda a verdade, nunca tive medo de ficar sozinha, de acordar no meio da noite e caminhar pela casa escura. Sempre gostei de um lugar mais calmo. Do escuro eu sei que não tenho medo. Fico assustada com pesadelos que parecem reais e que me acordam no meio da noite. Tenho pavor de jacaré ou qualquer bicho que habite em baixo d'água. Mas, medo? Medo eu tenho é de me perder e nunca mais me encontrar. Medo de acordar e ver que as coisas viraram de cabeça pra baixo sem que eu possa reorganiza-las. Tenho medo dessas pessoas que fingem que amam, que gostam e no outro dia já diz que tanto faz e desapegam como se fosse aquela blusa que saiu da moda. Ah, tenho medo de trovões e relâmpagos, pareço uma criança assustada vendo filme de terror quando tudo começa a trovejar. Tenho medo de pessoas que desejam mal aos outros, que esquecem de amar e de perdoar. Tenho medo de esquecer aquelas lembranças de infância que me fizeram feliz. Tenho medo de acabar sem ninguém. Tenho medo de coisas barulhentas e de silêncio prolongado demais. Tenho medo de ferir alguém com alguma palavra e por descuido esquecer de pedi desculpa. Tenho medo de ir, correr demais e não saber voltar. Tenho medo de percorrer a estrada da vida sozinha, numa noite nublada e sombria. Eu tenho medo das coisas que acabam rápido demais, dos pensamentos nebulosos das pessoas. Mas, o que eu mais tenho medo, é das coisas que calam, somem e mudam para sempre.
— Máh Soares

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